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03 novembro 2009

Sem paz

Talvez parte do desasossego seja por causa do calor infernal que derrete qualquer ânimo e resume a cinzas a maior das boas-vontades em fazer alguma coisa.
Mas boa parcela da inquietação vem em ondas que culminam com a lembrança do seguinte trecho de texto, de procedência questionável, há muito lido e já aqui postado em um dado momento:

"É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? (...) Alguém que não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

E se a pessoa percebe que sem o caos que ocupa seus dias esses mesmos dias simplesmente não existem? E se a pessoa acorda um dia entendendo que todo o furor era apenas uma forma de maquiar o vazio? E se todo o caminho foi errado? Porque a prioridade pode se relevar oca eventualmente. Os ombros até então genuinamente confortantes podem se transmutar naqueles que dançam ao ritmo do descaso.

A grande agonia é que a gente nunca sabe. É uma aposta eterna, com os dados pra sempre rolando na mesa, e a gente esfregando as mãos, esperando para ver se teve sorte e levou o grande prêmio. As vezes as respostas certas - as certezas - fazem falta. Porque o ponto de interrogação é uma sombra que nem no escuro cessa de perseguir.

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