rss
email
twitter
facebook

31 outubro 2007

one can only not to

A pessoa, quando está vivendo seu inferno astral, pode não escrever novidades no blogue. Um só pode esperar o tempo passar e os astros voltarem a qualquer outra posição aleatória o mais rápido possível. Semana antes de aniversário é o uó.

26 outubro 2007

dito

Eu já te disse que te amo? Eu sei que é um jeito meio abrupto de começar uma conversa, mas queria que tu soubesses. Porque eu fico de tudo quanto é forma tentando demonstrar isso, mas às vezes acho que tu nem percebes. Então queria dizer claramente que sou apaixonado por ti. Do meu jeito - e eu sei que isso não justifica muita coisa - mas explica outras tantas.
E queria dizer que meu gostar não é aquela coisa de literatura, onde o céu é mais azul e o perfume das rosas mais forte só porque o outro existe. Aliás, é dos teus 'apesares' que eu me lembro com mais carinho. É do teu riso estranho, cujo som eu não consigo tirar do ouvido. É do jeito que tu colocas a comida na boca quando acha que ninguém está vendo. É de como tu te preocupas com cada coisa ... com cada coisa ...
É do jeito como tu vens com um tom meio paternal e meio maternal pra cima de mim, meio didático até, de vez em quando, quando te dá um rompante. É da tua voz e da tua cara quando tu achas que está me ensinando alguma coisa, e da tua inocência em não saber que tu é a maior lição que eu aprendo dia a dia.
Então, se eu deixar de lado meu orgulho e minha arrogância pra te ter como sonho às vezes não é claro o suficiente, deixo dito aqui que te amo.

25 outubro 2007

pintura

Porque veio uma vontade bem grande de pensar sobre coisas bonitas é que ela parou um pouco, antes de começar de novo. Porque hoje, por alguma razão, as pessoas lhe pareciam todas mais belas, mais coloridas, mais simpáticas. E, quem diria, agradáveis. Ou era uma mudança de parâmetros no universo ou era assim que sentia estar de bem com o cosmos. Será que era? Claro que ela não sabia - não é que não lembrava, não sabia mesmo. Era dia de dizer frases memoráveis pra pessos. Dizer que gostava. Dizer que admirava. Dizer que tinha saudades. Dizer que estava ali. Embora ela soubesse que isso ela não faria.
Mas era tão estranho como tudo soava melhor dentro dela do que fora. Será que esse é o tipo de sensação que se externa? Ou era do tipo que só faz sentido dentro mesmo, e quando sai da redoma, perde a magia. Achava que era desse jeito. Até porque ela já estava acostumada a esses relâmpagos e sabia que eles tendiam a passar bem rápido. Então melhor do que explicar era escrever, pra tentar capturar a essência e usar depois, quando tudo já não parecesse mais tão bem assim.

19 outubro 2007

do mundo das drogas

Eis-me aqui, no escritório, as 19h30 de uma sexta-feira, interrompendo meu ciclo de produção para postar sobre o mundo das drogas.
Isso porque vivo uma experiência bizarra - na falta de adjetivo menos lugar comum. Há cerca de meia hora dei control + s no meu texto sobre saboneteiras e pedi licença do mundo real para uma cerveja com doritos logo ali, na mesa de reuniões. Porque uma geladinha é preciso pra cortar o efeito alucinante de uma térmica de café sorvida ao longo do dia ...
E com uma lata de boemia, um pacote de salgadinhos e uma sessão mútua de desabafos não é que o fim de tarde ficou bem mais do que 'suportável'? Já dizia minha-poesia-hino-de-vida: "Um dia você aprende que falar pode aliviar dores emocionais ..." e problemas decorridos e problemas por vir também.
Só que nisso a realidade volta a chamar - olha a página do word aí em branco, esperando - mas não o tempo suficiente pra que o efeito lúdico do álcool evaporasse das idéias - pessoas cujo sistema digestivo está emocionalmente abalado são mais frageis para a bebida - e então, quem aparece?! O Café Expresso Duplo do Apolo!!
Então a equação fica assim:
Boemia + bate papo = passagem para o mundo sem estresse.
Café expresso e bis = ticket de volta à realidade.
Viagens transdimensionais = X.
Vamos ver o que acontece daqui por diante.

18 outubro 2007

Prólogo

Um dia você começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Capítulo I - os fatos e as impressões

Foram 18 horas de viagem, 12 das quais dormidas, ou fingidas de dormir. Não sou da turma que tem talento para small talk - nem fiz esforço para, diga-se (erro nº1). Nem por decreto saberia dizer o caminho pelo qual fomos até São Paulo. O que, aliás, é totalmente ok, porque é uma informação mega dispensável saber o caminho por terra até SP.

São Paulo deve ser a cidade mais quente do mundo: sua-se muito lá, mesmo com a cara enfiada no ar conidicionado. As pessoas todas, todas fumam, sem parar. Talvez por isso haja tanta poluição. E talvez por isso gastem tanto tempo nos deslocamentos automobilísticos: para ter mais tempo de fumar. Essa é a única explicação para o fato de pessoas seguirem vivendo em uma cidade onde mede-se qualquer descolamento em horas. horaS. S.

Aviões com mal de parkinson não são os mais agradáveis para se voar, à noite, e aterrisando em uma ilha (que tem água pelos lados, entendem?!)

O melhor broownie do mundo e o único capuccino até hj bebido que vale o nome que tem estão no aeroporto de Guarulhos. Eles fazem o caos aereo valer a pena. E são tão bons que a pessoa naturalmente sente-se disposta a encarar a queda do avião como 'ok' depois de prova-los.

Com pessoas dissimuladas, age-se dissimuladamente. Melhor ainda se chegar a essa conclusão em tempo hábil para fazê-lo. Check list para a próxima vez.

Azeitona e batatas não formam um pestisco bom. Nem suco de limão com manjericão é bom de beber. Registre-se: deve-se comer salame, queijo e suco de uva em um estande. Sim, sim, dispostos sobre uma toalha com xadrez vermelho ao lado de uma família trajada com a roupa de 1875 cantando 'tcha tcha tcha pun, tcha tcha tcha pun'.

Deve haver uma monografia que explique por que tendemos a copiar o sotaque do lugar aonde estamos. E que justifique por que não conseguimos parar mesmo sabendo quanto ridículo isso é.

Qual é o nome da escala que mede o nível de estresse da pessoa que passa dois dias (três, contando hoje) indo para o banheiro invariavelmente dez minutos depois de colocar qualquer coisa na boca?! Ainda bem que na feira se fica de pé e não precisa sentar.

Viagem é sempre bom pra trocar os ares velhos entre as idéias na cabeça. Sempre se volta com pensamentos novos. | acharam que a pessimista tinha ficado por lá?! E dúvidas novas! E incertezas novas! E frustrações novas! E erros novos na bagagem, entre um kit de imprensa da concorrência e outro.

09 outubro 2007

Ranso

O gosto azedo na boca é da amargura que sobe o esôfago. O café é frio, é doce, é fraco, é inútil. Espírito ransoso. A testa com aquele suor grosso, que não escorre, mas tampa a pele e fica nos dedos. Oleoso. O corpo em febre, frio e calor. O cabelo incomoda. O ar pesa. A roupa coça. Nem vontade de suspirar. A visão embaraçada e a cabeça anuviada. Ou vice-versa.
É a criatividade na figura de um homem velho, com um pano amarrado cobrindo o sexo, numa masmorra de pedras geladas e escuras que ardem contra a modorra do dia, e que desistiu de procurar a saída.
É o silêncio não de quem cala, mas de quem absorve.
Tem dias que não nascem para serem bons.