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27 março 2009

Ao fim

O tão aguardo mês de março vai chegando ao fim - finalmente, e não sem uma certa sensação de alívio, que já explico. Impossível não pensar no trecho 'são as águas de março, fechando o verão', especialmente quando se saber que daqui por diante as coisas nunca mais serão as mesmas. Tudo sempre muda, vez por outra de forma mais substancial, como parece que será agora.
Março termina com gosto de cisão. Ruptura. Fim de uma fase e, quem sabe com um pouco de sorte, entendimento e aceitação de fatos e noções até então deliberadamente negados.

Dizem por aí que o melhor jeito de não se decepcionar é nunca esperar nada das pessoas. O que é efetivamente ok, porque elas nunca farão o que se espera - vamos combinar, poucos se importam e muito menos ainda são os que se importam realmente.

E vamos torcer pra que a tal maturidade chegue logo e torne mais fácil conviver com as situações de todos os dias e com as situações especiais como essa. Sem tanto desgaste, pelo menos. Ou ok, com o desgaste, mas com uma forma melhor de superá-lo. A ele e às frustrações.

A palavra do dia é hiato. E por causa dela eu ontem à noite sentei no chão, rencostada na parede e chorei pelo fim de algo que poderia ter havido, mas não houve. E por causa da pressão. Pelo nada. Pelo tudo. Porque o que vem não vai ser fácil, mas turbulento e talvez definitivo.

20 março 2009

Prazer, Jó. Só que sem a parte da prosperidade

Paciência de Jó

Significado: Designação atribuída às pessoas que suportam os desafios e as lutas impostas pela vida com resignação.

Origem: O livro de Jó traz uma das histórias mais conhecidas das Sagradas Escrituras. O protagonista – homem de carácter irrepreensível – até então tinha sido recompensado por Deus com uma vida de imensas riquezas materiais e espirituais. Conhecido como a pessoa mais rica do Oriente, Jó possuía uma família grande, saudável e feliz. Além disso, era proprietário de “sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas jumentas e servos em grande quantidade”.

Justo e temente a Deus, Jó fazia da sua vida um exemplo a ser seguido. O próprio Deus orgulhava-se dele a ponto de vangloriar das suas qualidades junto dos seus outros filhos. Mas, ao elogiar o comportamento de Jó para Satanás, este retorquiu-lhe que Jó procedia assim porque era privilegiado e sugeriu que Deus lhe retirasse tudo.

Satanás transformou a vida de Jó numa série ininterrupta de provações, suplícios e dores atrozes, originando uma sequência macabra de horrores que tornou esta história do Antigo Testamento, um relato dos mais impressionantes e dramáticos.

Na primeira série de provações, mesmo depois de – num único dia – perder todos os seus 10 filhos, todos os seus servos e todos os seus animais de criação, Jó, apesar da imensa dor, ainda permanece fiel a Deus.
Na segunda série de provações, Satanás infligiu-lhe uma lepra maligna que se espalhou por todo o corpo, da planta dos pés até o alto da cabeça. A mulher de Jó indignou-se a ponto de sugerir que o marido amaldiçoasse logo Deus para assim, quem sabe, morrer de uma vez! Mas Jó continuou firme na sua fé.

Depois disso, Jó recebeu a visita de três amigos – Elifaz, Baldaf e Sofar – que, vendo o seu estado deplorável, permaneceram ao seu lado durante sete dias e sete noites, sem dizer palavra, num gesto solidário pela sua dor. Ao fim deste tempo, Jó começou a questionar a bondade de Deus e sua estranha justiça num discurso em que denuncia a sua desgraça e a situação calamitosa que o aflige.

Segue-se uma amarga e infrutífera discussão acerca das aflições de Jó. Os amigos sustentam que o seu sofrimento é resultado de um pecado pessoal. Jó defende a sua inocência.

Deus responde a Jó com palavras de luz e repreensão. Jó ora pelos seus amigos. A sua prosperidade é restaurada em dobro e vive ainda cento e quarenta anos.

14 março 2009

Sobre dúvidas, ciclos e certezas

Quem me conhece sabe que minha caminhada em busca da serenidade vem de longa data. E não tem sido das mais eficientes. Mesmo assim, vez por outra emerge uma certezinha em meio aos pontos de interrogação.

Pois que passei a época da faculdade praticamente toda ela teorizando, em rádio, jornal e tv, sobre ciclos. E nas mesas de bar com o Conselho, também. Agora olho para trás e vejo que tudo isso pode ser sido uma preparação para mais adiante, no caso agora, ajudar a entender como funcionam os ditos ciclos da vida.

Chega uma hora que a gente percebe as coisas como válidas por elas mesmas, sem necessariamente um objetivo superior por trás. E uma hora que a gente entende que certas coisas têm seu prazo de validade - ou seja, seu ciclo a cumprir. Feito isso, parte-se para um novo ciclo - ampliaçao daquele em que já se estava ou completamente diferente, se for o caso. E todos aqueles teoremas mil sobre ciclos talvez fossem a base que é preciso para entender que às vezes na vida nossa missão é estar em algum lugar, por um período de tempo, pra realizar alguma coisa. Simples assim. Realizadores de passagem, alguns são assim, e não eternos sua inércia de rocha.

Todo ciclo, quando chega ao seu auge, inevitavelmente começa o caminho rumo ao fim. Quando você fez aquilo que estava predeterminado a fazer, então termina seu propósito lá, e então é hora de ir. Nessa certeza do desligamento iminente talvez esteja a tal serenidade. É que, outras vezes, a gente simplesmente precisa ver para crer, e não há nada que se possa fazer nesses casos, muito menos fingir que não vê o ponto final chegando.

05 março 2009

O receio

O dia era daqueles que trazia os opostos. Por fora, o sol e a calmaria da brisa de verão. Por dentro, tempo fechado, com temporal fazendo estragos. Era daqueles momentos em que o silêncio precisava ser mortalmente combatido, então tirou a poeira dos velhos fones de ouvido e pôs-se a não pensar. 'I don't wanna hear. I don't wanna know.'
Essa era uma fuga do medo. Do medo de acordar um belo dia e perceber que tudo fora uma grande perda de tempo. De olhar pra trás e saber que foi tudo por nada, e saber que já não teria muito mais pela frente. Esse medo de estar fazendo tudo errado insistia em aparecer como um redemoinho escondido, um tornando arrastando tudo pelo caminho. O medo era pior quando esbarrava em uma frase: no fundo, a gente sabe, a gente sempre sabe. E, realmente, sabia. Só que fingia não, torcendo pra que estivesse errada.

03 março 2009

que é isso, bobagem

Era uma vez, em um texto motivacional ... blá blá blá, blá blá blá e lá pelas tantas: 'Tem aquele que, sem saber que era impossível, foi lá e fez'.

Tem, é? Então chama ele aqui, quero ver como se arranja.
Os problemas da gente sempre são maiores do que os problemas dos outros. O cansaço da gente sempre é maior do que o cansaço dos outros. Por lógica, o super-heroísmo (ok, um neologismo, né) dos outros é sempre menor do que o nosso. Foi lá e fez o impossíve?! Uma ova. Quem faz o impossível .... (sabendo que seria lida, foi lá e não completou a frase).