Não acho que assistir a novelas permita grandes exercícios de sociologia - é no máximo entretenimento pra ocupar os olhos enquanto se faz uma ergométrica - mas, vá lá, seja um pouco benevolente e feche o olho pro nonsense que é falar sobre comportamento a partir de A Favorita.
Eu vejo Flora nesses capítulos finais e sinto pena. Porque todos temos nosso lado flora - não necessariamente o lado que assassina pessoas - mas o lado de quem já na vida se sentiu não amado, rejeitado e tentou, de alguma forma, fazer-se aceito. O lado de quem pode não ter passado 20 anos esperando um abraço, mas em algum momento já quis ficar em silêncio, protegido e querido nesse gesto. Eu sempre tive apreço cênico pelo ato de abraçar. Tem dias, aqueles muito ruins, que eu acho forças pra chegar até o fim só pensando que ali adiante, daqui a pouquinho, vai vir um abraço que terá feito tudo ficar bem - e tem vezes, muitas vezes, que ele não vem - aí a gente endurece.
Também vejo o lado Flora de cada um no medo de ficar sozinho. Quem não teve, na vida, medo de ficar sozinho? Quem não tem em si aquela criança assusta que treme diante da platéia, mas vira hércules quando tem aquela pessoa, aquela, do lado? -- ei, talvez seu deboche seja uma forma de tentar fugir da tomada de consciência que também você tem suas fraquezas ... a negação delas é o começo do fim, hein.
Já que estamos no baile, vamos um pouco mais longe: o lado flora de cada um aparece, ainda, quando tem aquela pessoa de quem gostamos tanto, mas tanto, que chegamos a ter raiva porque achamos que ela não gosta tanto assim da gente. Ou porque não somos bons o suficiente para faze com que ela goste de nós o suficiente. Mas aí cada um com sua nóia.
Pra terminar a sessão 'programa-de-auditório-que-passa-de-tarde', uma conclusão e um conselho: a novela mostrou , pra mim, que A Favorita não é a Flora nem a Donatela - é a atenção. As pessoas querem atenção e as pessoas querem se sentir queridas, querem saber que são apreciadas. Para aquelas pessoas de quem você realmente gosta, dê sua atenção. E faça com que elas saibam que você gosta delas. Faça alguém feliz e elimine 'um dia de flora' de sua existência.
Pra terminar a sessão 'programa-de-auditório-que-passa-de-tarde', uma conclusão e um conselho: a novela mostrou , pra mim, que A Favorita não é a Flora nem a Donatela - é a atenção. As pessoas querem atenção e as pessoas querem se sentir queridas, querem saber que são apreciadas. Para aquelas pessoas de quem você realmente gosta, dê sua atenção. E faça com que elas saibam que você gosta delas. Faça alguém feliz e elimine 'um dia de flora' de sua existência.
