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29 novembro 2009

the end

Não por coincidência que a trilha do momento é aquela que dá nome a essa postagem - The End, The Doors. É o fim. Aqui fecho a conta de 2009 (que o que vem pela frente é só administração ou já cheira a 2010). Antes de começar as listinhas pro próximo ano é tempo de encaminhar o balancete deste, cujas cores começam a desbotar.

Se fosse resumir, acho que o faria assim: 2009 foi um ano que começou com tudo pra ser catastrófico e não foi; mostrou que nunca faltam forças pra sustentar aquilo que nos é proposto; tentou, mais uma vez, avisar que é preciso amadurecer prorporcionalmente ao dito 'nem tudo que parece, é'; relembrou que as surpresas estão à solta por aí, pra quem puder encontrá-las; em alguns momentos chegou a ser inebriante, para o nirvana e para o precipício, com o belo de cada lado; e agora vai-se embora deixando um leve gosto amargo que só o que é em excesso sabe provocar.

A ideia de ano 'divisor de águas' não me agrada porque nunca se sabe o que reservam os próximos doze meses; e seria nonsense demais ter um ano divisor de águas a cada ano - mas é mais ou menos assim que acontece, na prática. Ousaria dizer que de 2009 vou lembrar com mais intensidade, mas isso tão somente até que a linha do tempo comece a embaçar as memórias e confundi-las, espero, com o aprendizado que fica.

Se é culpa do consumismo esse adiantamento (que em meios de novembro as ruas já estavam todas vestidas de vermelho e branco, com as superpromoções natalinas) não sei; se mais um episódio da novela 'o tempo de cada um' - talvez. Mas pra mim é hora de ir para o fundo da caverna e elaborar. Já dizia Elis, em uma das frases que aprendi nesse ano: o novo (não só o do calendário) sempre vem.

25 novembro 2009

Pra não dizer que não falei de flores


Reza a lenda (ok, não é bem a lenda, é a música dos Titãs) que as flores de plástico não morrem. Embora não esteja descobrindo nenhum ovo de colombo, esse texto aqui traz um olhar que, apesar de todos os lugares comuns, vale ler.

Porque, no fim das contas, certo estava o Pequeno Príncipe ao falar com sua rosa. E essa parte nenhuma candidata a Miss lembra de comentar.

24 novembro 2009

de volta

três considerações a fazer:

- todo mundo sabe que o 'felizes para sempre' não existe na vida real. chegaria o dia em que o corpo assimilaria a novidade e ela deixaria de fazer efeito. sabia que sim. e o dia chegou. que pena. dizem sempre que auto-medicação é o erro. mas nada falam sobre auto-dosagem.

- a morte, quando não uma experiência próxima, profunda e dolorosa, tem isso de aproximar as pessoas. porque todo mundo se mobiliza quando uma fofoquinha tétria está no ar. o fato de alguém conhecido morrer gera uma certa comoção - todos querem compartilhar o conhecimento do fato, trocar impressões e experiência. lembrou-me do fato de as pessoas de mais idade adotarem o costume de frequentar velórios e enterros de qualquer um, não importa o grau de relação, como artifício para ajudá-los a lidar com a proximidade com a morte. ok, temos todos quase 30, né.

- como é máster broxante quando as pessoas supervalorizam sua existência, suas realizações, seus problemas e suas conquistas. só consigo pensar numa coisa: tantos apelos hiperbólicos só podem estar ali para encobrir outros graus superlativos - carência, incompetência, insegurança, egoísmo e, sobretudo, a incapacidade de desenvolver consideração pelos outros.

22 novembro 2009

desapego

Então que esse fim de semana foi assim, digamos existencialista. Mais como uma sessão de desapego. O primeiro ritual de passagem foi no sábado, com uma visitinha a um lar que abriga pessoas idosas. Ok que eles estavam limpinhos e bem alimentados, mas sabe o que primeira senhôura pra quem eu arrisquei dar oi me disse? 'Faz cinco anos que minha família não vem me visitar. E eles só vêm de cinco em cinco anos'.

Assim: não bastasse o medo da proximidade da morte que a idade avançada traz, as mil e quatro doenças, proporcionais aos anos de vida, a incapacidade de dar mais do que um passo por hora - e as pessoas precisam, ainda, conviver com a rejeição nesse grau?! Será que o ser humano não vale nada, mesmo?

Assim 2: se hoje, na dita flor da idade, eu praticamente sur-to, tipo, se não me respondem uma mensagem de celular, imagina num caso desses? Qual a previdência contra o abandono, hein?

Depois disso precisei fazer minha pequena parte pra tornar o mundo menos cruel e resolvi repartir o pão com o irmão - roupas e calçados, no caso. Foram-se três sacolas do meu guarda-roupa. Aproveitando a transe, resolvi faxinar t-o-d-o-s os cômodos da casa, retirando sacoladas de quinquilharias e sujeiras mil porta à fora. Não consigo mais contar quantos sacos foram, mas eles estão fazendo sombra pra estacionar praticamente uma scania do outro lado da rua.

Então, com o espírito livre e a decoração natalina devidamente providenciada (comprei uma xícara lin-da de Papai Noel), talvez possa começar a aceitar a ideia de que dezembro está logo ali depois da curva. Mas aí é papo pra outra hora e agora eu tô é afim de degolar aquela espumante que descobri no meio da faxina. Porque é dando que se recebe, né.

19 novembro 2009

parênteses

( odeio muito quando o óbvio se faz necessário de ser dito. igualmente odeio quando o óbvio não é compreendido. )

14 novembro 2009

Notas de sábado de manhã

Ontem à noite assisti ao filme District 9. Não curto muito filmes de ficção, mas esse tem um apelo humano diferente em se tratando de filmes de E.T. O resumo da história vocês podem procurar no Google - e a partir disso avaliar se concordam com: nivelando por baixo, somos todos iguais. Em nossa crueldade, nossa frieza, nosso egocentrismo, nossa soberba.

Humanos ou alienígenas, tendemos a validar como correta nossa postura, seja ela qual for, do mesmo modo que a repreendemos e condenamos nos outros - pelo simples fato de ser nos outros. Então a intolerância corre solta e no fim das contas de todo dia a gente esquece de reconhecer que somos todos um grande amontoado de células e partículas que casualmente formaram um bonequinho de Lego interessante - e o que nos diferencia, talvez, seja nossa capacidade de empatia (ou, ainda, nossa dededicação em transformá-la em algo concreto e prático).

Não que Madre Teresa esteja ganhando concorrência, mas quem sabe seja algo que valha a pena treinar.

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Jornalismo entre as 20 profissões que melhor remuneram?! Tudo bem, pode-se estar falando em valores brutos apenas, não na relação custoxbenefício do negócio. Ou tá faltando gente nas redações e tão querendo dourar a pílula ... se conseguirem aí sim, esses justificam os 'altos salários' que recebem.

12 novembro 2009

off

Pois que então que os ares às vezes exalam um azedo provincianismo - muito menos pelo cenário de vilarejo que cobre o entorno; mais pela banlidade que pinta os contornos das ocasiões.

É como aquela broa que você coloca na boca e, quando percebe, ela desapareceu, deixando a sensação de 'tá, e aí, era só isso?'. A trivialidade aborrece. Por isso que a perna balança na cadeira - tentando tatear o excêntrico nosso de cada dia.

Vem comigo sacudir as folhas. Arrebatamento. Só pra ver quer para antes. Senão, onde fica a graça?


ps.: no 'a pedidos', em resumo, assim: como era esperado, para o bom (uma expectativa superada) e para o mal (a ciência da robótica explica).

05 novembro 2009

Fama é...

K A S S Y diz (17:01):
sempre que vejo cerveja lembro de ti

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tem coisas que só o msn revela pra você.

03 novembro 2009

Finde

Falando em horas de um fim de semana, impossível deixar de fazer referência ao momento nonsense, no melhor estilo ópio com a dupla açúcar+gordura trans.

Aqui.

Por isso que o pensamento não linear cresce forte na mente, robusto, com dobrinhas nas pernas e rechonchudas bochechas vermelhas. E tão barulhento quanto um rebento bem nutrido, com as bagas de leite escorrendo pelo canto da boca rosada.

Certo que má alimentação lesiona o cérebro, né?

Sem paz

Talvez parte do desasossego seja por causa do calor infernal que derrete qualquer ânimo e resume a cinzas a maior das boas-vontades em fazer alguma coisa.
Mas boa parcela da inquietação vem em ondas que culminam com a lembrança do seguinte trecho de texto, de procedência questionável, há muito lido e já aqui postado em um dado momento:

"É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? (...) Alguém que não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

E se a pessoa percebe que sem o caos que ocupa seus dias esses mesmos dias simplesmente não existem? E se a pessoa acorda um dia entendendo que todo o furor era apenas uma forma de maquiar o vazio? E se todo o caminho foi errado? Porque a prioridade pode se relevar oca eventualmente. Os ombros até então genuinamente confortantes podem se transmutar naqueles que dançam ao ritmo do descaso.

A grande agonia é que a gente nunca sabe. É uma aposta eterna, com os dados pra sempre rolando na mesa, e a gente esfregando as mãos, esperando para ver se teve sorte e levou o grande prêmio. As vezes as respostas certas - as certezas - fazem falta. Porque o ponto de interrogação é uma sombra que nem no escuro cessa de perseguir.