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31 julho 2008

do mesmo jeito

De manhã, fora um suspiro confortante de bem-querer-ver-logo. À noite, tinha se transformando em fastídio. Era apenas mais um pouco do mesmo sendo acrescentado na conta diária de frustações (conselho para investir, as taxas de juro são ótimas). Na luta constante pra criar subterfúgios, era uma combinação de palavras aqui, uns gestos ali, e, com um pouco de benevolência no ponto de vista, pronto, dava para insistir mais um tantinho.

Perto de quando as folhas do calendário estavam chegando na hora de virar, aquele dia quase que se repetiu. Talvez ainda um pouco menos intenso, mas o mesmo em sua essência. Era daqueles momentos que definem pelo sim e pelo não, pelo ir e pelo ficar. E, embora ainda não tivesse chegado a hora, em definitivo, eram o não e o ir que assinavam a compra do direito de decidir.

É porque tem coisas que são para não dar certo, e sempre se sabe quando não é pra dar certo, mesmo que se jogue uma camuflagem pra ganhar algum tempo. Mas quando os dias se repetem, é aí que a gente sabe que não tem mais volta.

27 julho 2008

Você sabia?!

Que receber um pouco de atenção pode fazer verdadeiros milagres com uma pessoa?

26 julho 2008

Lost in translation


Dominique, nique, nique,
Sempre alegre esperando alguém que possa amar.
O seu príncipe encantado,seu eterno namorado
Que não cansa de esperar.

Dominique tem um sonho e alguém pode realizar.
Há de vir um cavaleiro que a conduza para o altar.

Certo dia de passagem na avenida alguém notou
O doce olhar de Dominique e ela então se enamorou.

O rapaz com um sorriso logo pediu sua mão
E a visão do paraíso fez pulsar seu coração.

Apesar da pouca idade, Dominique percebeu
Que a maior felicidade foi o amor que Deus lhe deu.

Mas o tempo foi passando e a verdade apareceu
Pois quem vive só sonhando dessa vida se esqueceu.

Uma lágrima caída a rolar dos olhos seus
Numa tarde de Domingo o rapaz lhe disse adeus.

Dominique, nique, nique,
Sempre triste a chorar o amor que se acabou.
O seu príncipe encantado, seu eterno namorado
Que se foi e não voltou.

24 julho 2008

da consequências

C: Semaninha meio mórbida, hein?
b: sabe, pior q sinto q vou passar o resto da vida ouvindo por n ter ido no maldito enterro. ou por n ter ido visitar minha mae no hospital. ou por n ter ido visitar meu pai no hospital qnd teve o negocio no coração. ou por n ter ido visitar as dez pessoas q tiveram bebe desde q cheguei aqui em bento gonçalves.

C: Ou seja, não se importa nem com mortos, nem com doentes e nem com vida
b: tão dificil de entender e aceitar?!

21 julho 2008

En: Carta | Momento Clarissa

A você, que tem o meu carinho

Desejo-te felicidade. Toda a felicidade. Não aquela felicidade vazia que a pessoas costumam desejar em vão; nem aquela felicidade de ficção, de um vida sem problemas, sem sofrimento e sem amarguras, poque, essa, nós sabemos que não existe. Para você, eu quero aquela felicidade real, que dura apenas momentos, mas que inunda por dentro. Aquela felicidade que vai te fazer querer abraçar quem estiver ao lado e que vai colocar no teu rosto um sorriso do tipo que eu poucas vezes vi nos teus lábios. Porque eu não consigo aceitar que, no fim das contas, teu saldo seja menos de feliz e mais de infeliz. Porque eu não consigo sentir em ti a felicidade plena e isso me comove. E me entristece. E me faz sentir fúria da inaptidão dos outros em te fazer feliz. E me deixa com culpa da minha própria parcela de contribuição nesse processo de não-felicidade.
Se tua não-felicidade for parte por causa dos não-ditos, quero dizer o que me compete agora, quero falar do carinho todo especial por ti e quero dizer que, em nome de todos os outros que não falam, que eles sentem o mesmo. Digo porque sei o quanto esse silêncio indiferente te machuca. Porque, no fim das contas, você só quer que gostem de ti , eu sei. Porque você, embora seja de amar e de odiar, é mais de amar do que de odiar. É por isso que eu queira você fosse feliz. De verdade.

20 julho 2008

efemeridade

Tem coisas que não são novidades no mundo mas mesmo assim a gente não consegue absorver a moral da história sem passar pela experiência. Hoje falo da efemeridade da vida, porque não consegui achar expressão mais piegas pra definir o assunto.
E nessas horas eu sempre me pergunto por que a gente não valoriza mais aquilo que de mais precioso conseguimos acumular durante a vida, que são as pessoas queridas. Pergunto por que a gente perde tempo com joguinhos e estratégias quando muito mais fácil seria dizer o quanto se gosta e do que não se gosta. Sinto um frio na espinha pensando no tempo que se perde com frivolidades ao inves de aproveitar os bons momentos com essas pessoas. E por que às vezes a gente gasta esse tempo com pessoas que, talvez, nem sejam as mais merecedoras.
E aí eu tenho vontade de abraças as pessoas top e dizer que elas moram no meu coração e que eu simplesmente preciso delas. Mas não posso, porque nós não costumamos sair da caverna assim, por qualquer coisa.

13 julho 2008

Parte do jogo

Há os que vivem a vida simplesmente vivendo a vida. Eles vão levando os dias e lidando com as situações conforme elas aparecem, sem maiores grilos e neuras. Há os que vivem a vida como se estivessem em um eterno jogo de xadrez, onde cada ato deve ser pensado e analisado, onde cada ato do outro deve ser pensado, analisado e interpretado na tentativa de antever o que o oponente prepara.
Nesse jogo de estratégias, vence quem erra menos. Não necessariamente quem acerta mais, mas quem erra menos. Porque uma jogada neutra é, obviamente, nula: não se ganha, mas não se perde; enquanto uma jogada errada pode destruir tudo aquilo que se levou uma eternidade de jogadas certas para acumular. Perde-se um xeque-mate por bobagem. Aí é hora de recomeçar, mas chega um ponto que o ânimo se esvai e o jogador pode dascambar para um belo vêó.



03 julho 2008

Senta que lá vem história

Simbologias relacionadas ao olhar sempre me despertam a atenção. Eu e metade do planeta reconhece de quem são os olhos na frase: “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Fora essa clássica, outra historinha bacana com olhares, e que eu gosto bastante, é a do leão.

Era uma vez um leão selvagem numa savana africana. Lá, ele era mesmo o rei, livre e dono de si. Independente e seguro. Qualquer um percebia – inclusive um caçador, que se encantou com o olhar do felino e pensou que o animal faria grande sucesso na cidade grande com toda aquela presença. Pois um dia esse leão foi capturado e colocado em um zoológico. Claro que ele se debateu, tentou brigar, rosnou, arranhou, urrou. Quando todos pensavam que já não tinha mais forças, brigou mais um pouco. Mas era inútil. Havia as grades, o espaço curto para correr, o horário das refeições. Havia o sistema do zoológico e, por mais forte que ele fosse, não havia nada que pudesse fazer contra isso. E, quando percebeu, ele se resignou. E o caçador, que o havia capturado, entendeu a grande burrada que fizera quando cruzou novamente seu olhar com o do leão: ele estava escuro, distante, vidrado. Ele havia morrido por dentro.

02 julho 2008

Das verdades

P: Resolvi ficar em casa, sozinha. Porque não me custa nada errar o tom e falar alguma bobagem irreparável.

C: Não só não custa como há cem por cento de probabilidades. Tu erra o tom em qualquer sala vazia e sem pretexto. Imagine num caso desses.

P: Eu me viro escrevendo. falando, é o caos.

C: O importante é não errar o tom com quem importa.

(num momento de plágio com o blog do interlocutor)