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25 agosto 2008

Falling down

Quando abri a janela do navegador pra escrever essa postagem, pensava em relatar no texto algo que havia pensado em fazer hoje - ou que, pelo menos, gostaria profundamente de fazer e que ajudaria muito a aplacar toda a ira que tenho em ponta de estoque - mas parece que já fizeram isso antes de mim e colocaram em um filme ...

21 agosto 2008

(in)sone

Sempre tive inveja de quem tem insônia. Embora saiba que uma noite bem dormida cure qualquer coisa, acho um charme quem não consegue dormir. É algo nobre e poético: fico pensando em todas as possibilidades grandiosas que eles imaginam, nos planos e idéias geniais, nos dilemas e nas dúvidas cruciais que carregam na cabeça aqueles que, à noite, não conseguem dormir.

Penso nos insones escorados no para-peito da janela, matutando soluções para o insoúvel, enquanto bebericam suas xícaras de chá ou contemplam o refexo de suas olheiras no vidro. Penso nas conversas que eles ensaiam enquanto viram de um lado para outro da cama, sob cobertas revoltas, na esperança de consertar o que lhes aflige.

E, enquanto faço tudo isso, adormeço pra sempre e pra nunca mais acordar. Porque eu ainda não perdi o sono. Talvez por não passar uma boa noite acordada, pensando, que eu viva parte dos dias como se estivesse em transe.

19 agosto 2008

um e outro

Um tinha toda vontade do mundo de se fazer e sentir necessário.
Outro tinha uma necessidade bem grande de se sentir seguro.
Um tinha desejo de que a opinião lhe fosse tomada, sempre.
Outro gostava de pensar tendo como base a fala inicial de alguém.
Um era forte.
Outro era sensível.
Um era teimoso.
Outro era orgulhoso.
Um abraçava.
Outro se encostava.
Um queria, muito.
Outro, Um esperava que também.

15 agosto 2008

E se não?

A gente costuma se perguntar várias vez o que faria se tivesse mais tempo, se ganhasse mais dinheiro, se fosse tirar uma férias, se morasse na Sibéria e fica viajando nas respostas. Mas é com bem menos frequência que a gente pergunta o que se faria na ausência - na nossa própria ausência. O que os outros fariam se de repente a gente não mais existisse? Quem se importaria?

O que diriam? Quem sofreria mais? Quem sofreria de saudades e quem sofreria com a perde de uma comodidade? Quem ficaria no seu lugar? Quanto tempo depois você não mais seria lembrado? Aquelas pessoas que hoje são tão próximas, será que elas conseguiriam dar a volta por cima? E será que a gente ficaria contente por elas? Você realmente é tão necessário quanto pensa ser? Você sabe de quem seriam as lágrimas mais sinceras?

E como teria sido a vida dessas pessoas todas que você conhece se você não tivesse topado no caminho delas? E como seria a sua vida se elas não tivessem topado no seu caminho. Como você pode avaliar se o que tem é melhor ou pior do que aquilo que desconhece? Como você sabe se acertou ou errou se nunca pode experimentar os dois lados?


Não, não. Não precisam aplaudir a minha criatividade de trazer ao blogue um tema que já inspirou, sei lá, pelo menos trinta mil obras entre livros e filmes. Foi uma idéia que apareceu enquanto eu estava aqui contando os pêlos que encontrei na casa do ovo. Bom, não sei pra que essa ressalva - tem um ditado que diz: não se justifique demais. os amigos não precisam, e os inimigos não acreditam.

13 agosto 2008

Frase do dia

A vida é uma eterna dança de salão: um passo pra frente, dois passos pra trás.

11 agosto 2008

dor de antes

Eu tenho uns fantasmas que ficam escondidos na minha essência e que as vezes aparecem e quando isso acontece é um ninho de trevas que se ergue por dentro porque eles trazem um passado que me deixa doente, que vem com uma angústia e uma ansiedade de quem não quer ser esquecido e de quem é dor e é saudades, de quem tira o ar e faz prender a respiração. É um suar frio por dentro, de coisas que foram e que passaram e que não vão voltar e que não se pode consertar e que não se pode reviver e não se quer que se repeitam e que não se consegue mudar para que não se repitam. É de um transtorno que faz querer gritar um grito mudo que só não é mais alto que a vontade de fugir, correr, voar, ir longe, bem longe, muito longe de tudo, porque tudo é mágoa, e é ressentimento, e é duvida, muitas dúvidas, porque o não-dito corroi do mesmo jeito que antes, e pior, porque o tempo passa, mas isso não passa, só volta como um ciclo sem fim de gente que tem que atuar por todo o sempre porque ninguém vê e ninguém percebe o que se faz e porque a gente erra hoje do mesmo jeito que ontem e não tem nada nada que se possa fazer. Não há nada mais que se possa fazer.

09 agosto 2008

Da série Diálogos

R: Eu já teria te mandado embora há um ano pelo menos.
P: É?
R: Não sei como tem tanta paciência.
P: É, fazer o que, eu sou a melhor na cidade, mas tenho um gênio do cão.
R: Talvez não precisasse ser 100%, que fosse 80% mas que falasse as coisas quando precisa.

Felizes das fichas que caem.

05 agosto 2008

Silence

às conversas que nunca acontecem, sempre ficam pendentes.

03 agosto 2008

Muito prazer, Fritz e Frida

Começou como qualquer outro programa de fim de semana que eu faço: um saco, porque uma vez tendo colocado o pé no escritório, só deus sabe quanto custa sair de lá antes de atingir o tal 'estágio exausta'. Mas, enfim, Kassandra havia convidado e comemorar o 'dia 6' era preciso. Então eu fui, no meio da tarde de sábado, rumo a Nova Petrópolis, assistir ao festivel de folclore - alemão, in case you wonder.


Claro que nossa recepção ao chegar na cidade foi feita por pessoas com meias brancas até o joelho e toucas que não sei como descrever, mas vou procurar uma foto pra ilustrar, dançando alegrementa na rua. Na pista contrária pela qual trafegávamos. Ok, NP é isso aí e vamos pro boliche, que aí fica tudo em casa. Lá foi o lugar das conversas do fim de semana e encher as fuças de cerveja preta.


Como bons falsos representantes de imprensa, o espôso e eu fomos assistir a tal abertura do Festival - que foi executada exatamente como ensina o livro de cerimonial e protocolo (que eu tanto aprendi a amar e obedecer) só que ao contrário. Vamos aqui abrir um parênteses para comentar as gafes, no post abaixo.

Conhecemos o Pacato. A lembrança que eu tinha dele era a de um homem mudo (sim, uma pessoa imaginária, antes de tudo, mas ok, pulemos essa parte). Turns out que ele foi, de longe, o mais falante da noite. E deve ser incorporado ao grupo. Marido aceito, polegares pra cima. O Conselho sempre sabe o que faz. Ps.: Simulações de sexo sempre são engraçadérrimas.


Simpático o hotel jabá onde ficamos. Parecia uma casa colonial. Quando nossos estômagos começavam a voltar ao tamanho normal, depois da comilança enquanto aguardávamos que os tais alemães dançassem suas danças, encontramos umas cinco mesas cheias de comidas-que-não-podiam-deixar-de-ser-provadas no café da manhã. Tivemos que voltar para o quarto e dormir, tamanho o cansaço de tanto comer já cedo de manhã.

Nada que umas boas quadras de caminhada pela Europa não resolvessem. Trezentos reais depois, voltamos para a terrinha com o saldo de ter passado, pelo menos, três horas inteiras (e despertas) sem pensar em trabalho.

Há que se dizer: dar um tempo pode não resolver os problemas, mas ajuda a gente a não suar frio antes de pensar em encará-los.

O dia em que o cerimonial morreu

Ok, foi um protocolo bilingue, isso eu tenho que considerar. Talvez, então, as regras do cerimonial e protocolo vigentes no Brasil não apliquem. Se fossem aplicadas, teriam sido descumpridas. Todas. Isso porque:
- todas as pessoas presentes foram citadas. solenemente resolveu-se ignorar a regra de importância de cargos e hierarquia. O que eu quero dizer é que todos os 'sub' possíveis foram citados - e não imagine que isso tenha ocorrido pela ausência das autoridades oficiais, porque elas estavam todas lá, e foram citadas na meia hora inicial do cerimonial;

- a mestre de cerimonia devia, por lei, ser proibidade falar. Quem tem voz ruim precisa, pelo menos, ter o bom senso de permanecer em silêncio o maior tempo possível, não se adonar de um microfone.

- Pelo título desse tópico, "Problema técnico relacionado ao CD", você automaticamente entende que havia um cd de músicas preparado para o encontro e, na hora da execução, uma das faixas teve um piti e resolveu não rodar. E, imagina, as pessoas haviam ensaiado meses pra dançar com aquela maldita música! Resultado: uma mega pausa de meia hora no evento, pessoas em fila com galhos de flores nas mãos esperando pra saltitar pelo salão, uma platéia batendo não palmas, mas os pés no chão, enfurecidamente, protestando contra a demora, e uma série de pessoas da organização se olhando com cara de repolho e dizendo: 'não sei o que está acontecendo'.

- Felizmente na hora do incidente todos já haviamos servido comida típica em nossos pratos duralex cor marrom. Por comida típica entenda-se sxchuckrutsz (acho de bom tom avisar às pessoas que isso tem gosto de vômito antes que elas resolvam experimentar), massa com molho bolognhesa (pq a tarantela faz escola, não adianta) e chop de uma cervejaria que, quem diria, fica em Bento Gonçalves!
Correndo o risco de cair no óbvio, acho muito importante ressaltar que saí de Bento Gonçalves para acompanhar um festival da cultura típica alemã onde era servido o melhor do chop bentogonçalvense. E depois EU sou a irônica!?