Então que esse fim de semana foi assim, digamos existencialista. Mais como uma sessão de desapego. O primeiro ritual de passagem foi no sábado, com uma visitinha a um lar que abriga pessoas idosas. Ok que eles estavam limpinhos e bem alimentados, mas sabe o que primeira senhôura pra quem eu arrisquei dar oi me disse? 'Faz cinco anos que minha família não vem me visitar. E eles só vêm de cinco em cinco anos'.
Assim: não bastasse o medo da proximidade da morte que a idade avançada traz, as mil e quatro doenças, proporcionais aos anos de vida, a incapacidade de dar mais do que um passo por hora - e as pessoas precisam, ainda, conviver com a rejeição nesse grau?! Será que o ser humano não vale nada, mesmo?
Assim 2: se hoje, na dita flor da idade, eu praticamente sur-to, tipo, se não me respondem uma mensagem de celular, imagina num caso desses? Qual a previdência contra o abandono, hein?
Depois disso precisei fazer minha pequena parte pra tornar o mundo menos cruel e resolvi repartir o pão com o irmão - roupas e calçados, no caso. Foram-se três sacolas do meu guarda-roupa. Aproveitando a transe, resolvi faxinar t-o-d-o-s os cômodos da casa, retirando sacoladas de quinquilharias e sujeiras mil porta à fora. Não consigo mais contar quantos sacos foram, mas eles estão fazendo sombra pra estacionar praticamente uma scania do outro lado da rua.
Então, com o espírito livre e a decoração natalina devidamente providenciada (comprei uma xícara lin-da de Papai Noel), talvez possa começar a aceitar a ideia de que dezembro está logo ali depois da curva. Mas aí é papo pra outra hora e agora eu tô é afim de degolar aquela espumante que descobri no meio da faxina. Porque é dando que se recebe, né.
1 comentários:
nossa... q coisa mais triste... 5 anos sem ver a familia... :)
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