rss
email
twitter
facebook

31 julho 2007

É o que há

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade

24 julho 2007

off line

Gentem, que ridículo. Conecto o msn e o que eu vejo: todos os contatos off line.
Vocês fazem o que as 5:17 da madruga? Eu já estou na segunda lauda de texto e terminando a primeira térmica de café ... e ajuntando do chão os pedaços de fígado.
Coisa palha. Uma vez sempre encontrava um outro sem-noção pelas madrugadas afora ... será que é a idade chegando?!

23 julho 2007

bela viola

Eu vou usar frases feitas e ditos populares pra definir coisas todas as vezes que eu quiser. Não dá pra ser genial o tempo todo. Ok, dá, mas cansa mto.
A frase de hoje é: comigo não, violão. Não caio mais no papo das pessoas. Nem vem. Se vier me dizer alguma coisa, eu vou desacreditar imediatamente. É tudo balela porque todos são farinha do mesmo saco. Tudo que se ouve de supostamente bom é golpe. Então, comigo, não cola mais. Comigo não, violão, essa história pra cima de mim, não.
O momento Dostoievski chega pra todos e depois dele as paisagens nunca mais são as mesmas.

20 julho 2007

olha que coisa mais descolada

pobre blogue

Pobrezinho do meu blogue. Só ganha atenção durante o caos. Quando as coisas estão bem, nada de postar algo que preste. É comprovado que só as grandes tragédias inspiram os grandes textos subjetivos (sim, eu sei que só existem textos subjetivos, mas vcs captaram a idéia do que eu quis dizer).
Nada como uma fase de mel e seda pra acabar com ao lado 'noite na taverna' das pessoas.

17 julho 2007

à espera

Estou à espera do milagre da multiplicação das páginas. Já tentei rasgar ao meio o único fruto da minha produção pra ver se ele duplicava, mas nada.
Conto agora com uma inspiração extra vinda de cima para preencher os espaços em branco e começar a riscar itens da lista de pendências.
Espero estar de mau humor amanhã por ter passado a noite em claro, escrevendo, e não por estar ainda mais atrasada do que hoje.

11 julho 2007

bolinhas de sabão e algodão doce

Hoje quero falar de bolinhas de sabão e algodão doce. Quero falar da efemeridade do tempo, das sensações, das opiniões. Quero falar sobre como as certezas estão ali, claras, visíveis, concreta, e como na sequência se desmancham, deixando pra trás o vazio. Quero falar sobre como o que estava bom desparece de uma hora para a outra - e como as vezes isso faz com que apareça algo ainda mais belo no lugar, mas só para que isso também deixe de existir chamar o novo.

Relendo esse post vou me permitir um adendo: gente deprimida é um saco, hein. Nem eu me aguento de tanta chatice. Aliás, finjam que não leram esse post. E se bateram o olho aqui antes, nem leiam. Não perdem nada.

04 julho 2007

óculos

Hoje esqueci os óculos em casa. Freud diria que isso é uma manifestação do meu inconsciente, dizendo que há coisas que eu prefeiro não ver, que estou fugindo da realidade e da verdade, me fazendo de cega pra não ter que enfrentar o que me incomoda.
Freud explica.

02 julho 2007

Cafezinho

Você entra numa padaria acompanhada de amigos para alguns momentos de alto astral - é o jeito de recuperar a auto-estima quando ela está no fundo do poço // na verdade isso acompanhando por um capuccino gigante e uma torta de chocolate cujas caloridas não podem ser contabilizadas em nosso sistema numérico. Em meio a esse cenário cor-de-rosa, você percebe que seis pessoas abandonaram seus lanches e foram embora em questão de cinco minutos. A conclusão: ou sua presença realmente é muito desagradável ou quando se está acompanhado pela moça de são pedro o volume das gargalhadas são demais para os meros mortais.

Quem já experienciou a manifestação física da raiva?! Eu me refiro àquela sensação que se percebe no peito. Sentir a raiva dentro do peito, e ela se espalhando por todo o corpo. Tem algo de nirvana em controlar esse terremoto, baixar e voz e reprimir o livro de insultos que se desenha numa hora dessas.

Ah, a bipolaridade. Quanto mágico é essa possibilidade de as coisas, até então uma merda, de repente, não mais que de repente, ganharem um contorno de felicidade? Deixemos o charme da estabilidade para as aparências.

Como é instigante conhecer as pessoas né? E como se aprende observando o jeito de cada um. E quanto esclarecedor isso é. Como é engraçado - digamos engraçado na falta de uma palavra melhor - existirem pessoas em quem, ou com quem, a gente aposta que vai dar certo não importa quais os nuances a gente vá descobrindo pelo caminho - ou quem saber por causa dos nuances que vai descobrindo pelo caminho.

Tópico da semana: rely on. Não tipo rely on someone, mas ser o someone pra alguém. É algo a possibilidade de ter alguém que rely on you.

01 julho 2007

the flowers

There's just this for consolation: an hour here or there when our lives seem, against all odds and expectations, to burst open and give us everything we've ever imagined ... Still, we cherish the city, the morning; we hope, more than anything, for more.