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09 outubro 2007

Ranso

O gosto azedo na boca é da amargura que sobe o esôfago. O café é frio, é doce, é fraco, é inútil. Espírito ransoso. A testa com aquele suor grosso, que não escorre, mas tampa a pele e fica nos dedos. Oleoso. O corpo em febre, frio e calor. O cabelo incomoda. O ar pesa. A roupa coça. Nem vontade de suspirar. A visão embaraçada e a cabeça anuviada. Ou vice-versa.
É a criatividade na figura de um homem velho, com um pano amarrado cobrindo o sexo, numa masmorra de pedras geladas e escuras que ardem contra a modorra do dia, e que desistiu de procurar a saída.
É o silêncio não de quem cala, mas de quem absorve.
Tem dias que não nascem para serem bons.

3 comentários:

Rochele disse...

Concordo contigo. Alguns dias nem deveriam começar ou no mínimo passar rapidamente.

Anônimo disse...

alinhamentos a direita são fabulosos...

Jhonny Russel disse...

Curti a fantasia.

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