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26 abril 2009

pé na estrada

Era seis da manhã e eu embarcava num carro após uma noite com quinze minutos de sono - sem hipérboles. A viagem era a trabalho e completamente imprevista na agenda da semana até uma questão de, sei lá, 18 horas antes.
Mesmo com uma lista pra sempre de contras, quando a porta fechou não teve como negar a sensação de alívio - estava dando um tempo, o que, dadas as circunstâncias, não era nada mal.
O trajeto era de carro e pouco dele vi - registo o trecho final: a descida mais ingreme ever, com chão de argila e todas as curvas que alguém é capaz de projetar numa estrada. Descendo no meio de uma serra, árvores de um lado, penhasco ou rio de outro. A sensação de isolamento. Duas horas completamente desligada de lá. Sem preço.
Depois, uma noite sozinha numa cidade estranha. Ganha-se muito quando se consegue simplesmente ficar sem pensar. Sacadas são o que há. E brisa litorânea de noite tb.
Sol e chuva dão - não casamento de viúva - mas barro, muito barro (que chamarei de lama, porque é visualmente mais bonito). Um sábado pulando no barro, digo, lama, renderam uma calça suja até os joelhos, um tênis três quilos mais pesados e bom, as impressões internas deixemos para outro post.

Parênteses para a bizarrice da vez: só levei um tênis, esperta que sou. não poderia pegar o avião, num voo internacional, com o tênis enlameado. então, no hotel, rapidamente antes de sair pro aeroporto, levei-o no chuveiro. tentei secar com o secador de cabelo (é, isso eu não esqueci), mas o tempo era curto. molhadinha até a 01h30 da noite, então.
O aeroporto de Floripa tem um quê de catártico - na cafeteria, depois de comprar um livro de autoajuda na livraria da atendente nada simpática, um café (peçam pra ver a foto no celular) e uma água com gás. Na mesma mesa. Tudo igual. Inclusive o efeito.
A conclusão desse post pode ser qualquer ditado ou frase feita no sentido de: há males que vêm pra bem, nem sempre as coisas são o que parecem, etc. Tudo depende do ponto de vista.
O título do livro? Acabe com a ansiedade antes que ela acabe com você.

2 comentários:

Carina Furlanetto disse...

qm sabe esse livro me seria útil

Caco disse...

hahahahahhaha
adoro!