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27 fevereiro 2009

sobre lembranças

Não consegui, ainda, me decidir se gosto ou não de lembranças. Isso porque elas me causam agonia. Fazem ver quanto boas eram as coisas uma vez, lá atrás, e trazem consigo a nostalgia e, pior, a certeza de que nada nunca mais será igual, sempre diferente, uma busca constante.
Lembro de ter programado minha adolescência para viver de modo a coletar o máximo possível de lembranças, para ter o que enxergar ao olhar para tras, na velhice.
Lembro que então as jovens lembranças me causavam angústia, que agora se transformou em desconforto apenas, uma saudade de algo cujo gosto foi turvado pelo esquecimento e embaçado pelos sabor que agora, a distância, idealiza-se ter sentido.
Não sei se consigo conviver bem com a diferença entre ontem e hoje - e nesse triângulo, não é o amanhã que me assusta pelo desconhecido, mas pela certeza de que não será mais como uma vez - e não sei avaliar ainda se isso é necessariamente ruim ou ironicamente mal.
Talvez quando conseguir ficar em paz com elas, as lembranças. Talvez quando conseguir ficar em paz com o agora.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que perfeito
E que verdade...


saudades, das boas...

Caco disse...

Equilibrar seu passado com seu presente - isso é amadurecer. bjs

Rochele disse...

Algumas vezes a saudade me invade, começo a rir sozinha e lembrar de coisas boas, sentir falta de algumas pessoas. Mas dai eu olho para o lado e vejo que também tem muita coisa boa acontecendo. E vejo que o futuro também reserva boas surpresas.
Bjos e saudade!