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03 julho 2008

Senta que lá vem história

Simbologias relacionadas ao olhar sempre me despertam a atenção. Eu e metade do planeta reconhece de quem são os olhos na frase: “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Fora essa clássica, outra historinha bacana com olhares, e que eu gosto bastante, é a do leão.

Era uma vez um leão selvagem numa savana africana. Lá, ele era mesmo o rei, livre e dono de si. Independente e seguro. Qualquer um percebia – inclusive um caçador, que se encantou com o olhar do felino e pensou que o animal faria grande sucesso na cidade grande com toda aquela presença. Pois um dia esse leão foi capturado e colocado em um zoológico. Claro que ele se debateu, tentou brigar, rosnou, arranhou, urrou. Quando todos pensavam que já não tinha mais forças, brigou mais um pouco. Mas era inútil. Havia as grades, o espaço curto para correr, o horário das refeições. Havia o sistema do zoológico e, por mais forte que ele fosse, não havia nada que pudesse fazer contra isso. E, quando percebeu, ele se resignou. E o caçador, que o havia capturado, entendeu a grande burrada que fizera quando cruzou novamente seu olhar com o do leão: ele estava escuro, distante, vidrado. Ele havia morrido por dentro.

2 comentários:

Caco disse...

Me pergunto se foi a jaula ou o simples passar do tempo que o fez morrer por dentro... bjs

Anônimo disse...

Por vezes, me sinto como este leão!

Beijo
Kassy, que ainda se debate na jaula...