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09 janeiro 2010

No espelho

A diferença entre como as coisas realmente são e como a gente faz elas parecerem ser é fascinante. Tome por exemplo a seguinte cena:

"é sábado à noite e um pré-balzaquiana, recostada na poltrona, na sala de estar de sua casa, no campo, repõe o espumante na taça, fitando a dança dos insetos iludidos pela luz da lâmpada do poste, do outro lado da rua, enquanto, em sua mente, disputam a atenção tantos planos de um ideal de sucesso pleno e ideias quanto as borbulhas que emergem da bebida que lhe faz companhia."

Ou o cenário poderia ser esse, quem sabe:

"assistindo o ponteiro do relógio empurrar as horas da noite lentamente, a futura balzaquiana decide sorver a viagem no tempo contida numa garrafa de espumante. sozinha, no sofá da sala, na casa no meio do nada, limita-se a fitar os insetos que teimam em roda a lâmpada do poste, do outro lado da rua, do mesmo modo que ela insiste em reprisar na memória a série de infortúnios, ausências e equívocos que tão bem lhe fazem companhia."

E então, pra que lado você vai? Tim-tim.

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