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06 dezembro 2009

do bem

Começou a me perseguir naquela propaganda da mulher querendo comprar três pães, tendo dinheiro apenas para dois e a dona da mercearia colocando, escondida, um pão extra na sacola da mulher. 'Generosidade, passe-a adiante'. Ficou rebombando na cabeça por um longo tempo.

Ciclicamente, a ideia do 'fazer o bem sem olhar a quem' aparece como a vibe do momento. Porque parece um conceito tão óbvio - e mesmo assim tem tão pouca gente que coloca em prática - às vezes a tal fé na humanidade fica balançada. Aí então você pensa: é isso o que acontece quando se espera demais das pessoas. E corre o risco de ficar azeda como um torta de limão coalhada.

A única coisa que se pode fazer é dar o primeiro passo, sempre. Você pode ser bom doando roupas usadas ou uma cesta básica. Mas você também pode fazer o bem emprestando de bom grado seus ouvidos e seu tempo. Seu respeito e sua consideração. Fazer o bem com um hífen como em 'bem-estar' alheio.

E se a outra pessoa não conseguir fazer o mesmo por você não significa necessariamente que ela seja a escória da humanidade (o que pode até ser em alguns casos) - mas pode ser simplesmente que ela esteja precisando disso muito mais do que você pensa.

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