Sabe quem é esse aí? Esse aí somos nós. Ou melhor, nossos espíritos. Vivemos em uma época em que tudo é precoce - e gosta-se disso, na maioria dos casos. Faz-se tudo mais cedo: ir pro colégio sozinho, namorar, viajar pra fora, ficar bêbado, ser independente e ficar velho. Somos velhos precoces. Somos uma geração de velhos precoces. Nos vemos na encruzilhada de escolher um curso de faculdade, que será nossa profissão, muito cedo. Com sorte nos adaptaremos bem e descobriremos ter feito a escolha certa. Com mais sorte ainda sairemos direto dos bancos para o mercado de trabalho. Se todo o universo estiver a nosso favor, teremos êxito naquilo que fazemos.
Com esse ritmo acelerado, mais cedo temos a 'crise de meia idade'. Mais cedo questionamos se estamos no caminho certo; se realmente gostamos do que fazemos; se somos tão bons naquilo quanto pensávamos ser. Mais cedo nos cansamos da rotina; mais cedo nos sentimos frustrados quando as coisas não dão certo no ritmo que gostaríamos que dessem. Mais cedo queremos desistir. A razão entre o 'mais cedo' é inversamente proporcional a nossa maturidade para lidar com essas questões.
Mas mais cedo do que esperávamos, entretando, temos a capacidade de nos recuperar e mais cedo somos tragados novamente por aquel vontade de fazer a diferença. Sorte nossa, dos precoces, que conosco tudo acontece e passa mais rápido.