Cada um tem seu HC. É assim, a vida é assim. Cada um tem seu HC e precisa aprender a lidar com isso. O HC de cada um é, em primeiro lugar, a pessoa para quem não se consegue dizer não. Nunca. Para seu HC a pessoa não saber dizer não. A pessoa até pode querer, pode ensaiar, pode esboçar, mas, no fundo e no fim, acaba sempre no sim.
O HC é aquele de quem sempre se fala quando a pessoa não está junto. Sempre. De um jeito ou de outro, a pessoa toca no nome do seu HC.
O HC da pessoa é aquele que sempre se busca agradar. O HC da pessoa é aquele que sempre se quer impressionar. O HC da pessoa é o dono do olhar que pode acabar com o dia da pessoa. O HC da pessoa é aquele que faz a pessoa se desarmar, não conseguir se proteger, ficar vulnerável quase ao ponto de não conseguir mais disfarçar.
O HC da pessoa é aquele por quem se tem as reações mais extremadas, as opiniões mais fundamentalistas, as impressões mais contrastantes.
O HC da pessoa pode demorar a aparecer, mas aparece. O HC da pessoa pode não ser pra sempre o mesmo, mas sempre é um. Um só. Não de dois em dois. Porque o HC de verdade é único enquanto HC.
O HC de cada um não precisa ser o HC, mas sim um HC. E ter um HC não necessariamente é algo ruim - ou bom - é simplesmente algo que é. Vida e morte. Amor e ódio. Coisas que simplesmente são.