Boa parte da medida daquilo que se quer é, justamente, saber aquilo que não se quer. Se você me perguntar - ou melhor, se eu me perguntar, pois de que interessa a você saber o que quero ou deixo de querer?! - o que quero, responderia que aquela paixão arrebatadora, que tira o chão e o fôlego - isso não quero. Minhas paixões têm seus ciclos dentro de mim e ali mesmo encontram tudo o que precisam, a seu tempo. Estão bem ali, e só a mim interessam. Não preciso compartilhá-las para que tenham seu fluxo.
O que eu quero é cumplicidade. Na mesma medida ou até mais do que companheirismo. Cúmplices têm um elo que não se desfaz. Cúmplices sabem de si e comutam. Cúmplices são a expressão de dois sem a poesia do idealismo.